Um novo estudo descobriu e identificou uma via química pela qual o fumo de uma mãe antes e depois da gravidez pode reduzir a FERTILIDADE de sua filha em até dois terços.
Como todos sabemos, fumar durante a gravidez é definitivamente proibido e, em estudos retrospectivos, demonstrou afetar a fertilidade da prole de uma mulher.
Mas este seria o primeiro estudo que tentou explicar a biologia por trás desse efeito, de acordo com os cientistas canadenses por trás da pesquisa.
A pesquisa foi realizada por uma equipe do Samuel Lunenfeld Research Institute no Mount Sinai Hospital em Toronto, que estudou e investigou o impacto dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH), um subproduto do fumo, na fertilidade de camundongos.
O estudo incluiu injeções de uma mistura de baixa dosagem de PAH em três grupos de camundongos fêmeas. Um grupo recebeu PAH antes da concepção e novamente quando forneciam leite para seus filhotes, enquanto um grupo recebeu PAH apenas antes da concepção e o terceiro grupo recebeu PAH apenas durante a lactação.
Um quarto grupo de controle não recebeu PAH, mas foi acasalado ao mesmo tempo que os outros. A quantidade total de PAH dada a cada camundongo durante o ciclo de injeção de três semanas foi equivalente a 25 maços de cigarros, de acordo com os pesquisadores.
Os camundongos expostos não tiveram menos filhotes em suas próprias ninhadas, mas quando os pesquisadores investigaram o número de ovúlos em suas proles fêmeas, encontraram cerca de 70% menos folículos disponíveis para produzir ovúlos.
De acordo com o pesquisador principal, Dr. Andrea Jurisicova, a mãe (camundongos neste caso), exposta a PAHs – poluentes ambientais encontrados na fumaça do cigarro, escapamento de carros, fumaça produzida pela combustão de combustíveis fósseis, bem como em alimentos defumados – antes da gravidez e /ou durante a amamentação, mas não durante a gravidez, pode causar uma redução de dois terços no número de óvulos nos ovários de suas filhas.
Isso limita a janela em que a filha poderá se reproduzir.
Os novos dados fornecem suporte biológico para resultados epidemiológicos, como a redução observada anteriormente na fertilidade entre filhas de mulheres fumantes.
De acordo com o Dr. Norman Edelman, da American Lung Association, “se fizermos nosso trabalho corretamente e esses resultados forem bem divulgados, esses dados poderão lembrar as mulheres do que estão fazendo com seus fetos ainda não nascidos”.
O Dr. Amos Grunebaum, do New York Weill Cornell Medical Center, também acrescentou que este é um estudo interessante, mas não acrescenta muito, pois outros estudos também mostraram resultados semelhantes. O ponto chave aqui é que as mulheres devem parar de fumar antes mesmo de pensar em engravidar.
Embora as descobertas não definam o tempo entre parar de fumar e uma fertilidade mais saudável na prole, Jurisicova observou que estudos anteriores mostraram que mulheres que fumam têm melhores resultados com fertilização “in vitro” um ano após pararem de fumar.
Os camundongos do estudo atual conceberam até duas semanas após a injeção final de PAH, o que é aproximadamente equivalente a três ciclos menstruais em mulheres.
Mais pesquisas ainda são necessárias para isso, mas as mães devem estar cientes dos perigos que fumar pode trazer para seus futuros filhos, mesmo depois de conhecer este estudo de pesquisa específico.
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